Não é segredo que os carros elétricos estão cada vez mais populares no mundo. É provável que em breve vamos todos dirigir veículos elétricos. Com a pressão dos governos em reduzir o uso de combustíveis fósseis, o futuro da mobilidade será mais sustentável. Carros elétricos tem emissão zero em poluentes, mas infelizmente essa tecnologia não é tão acessível no Brasil. O alto custo de um carro elétrico de fábrica ainda é uma barreira para tornar a tecnologia popular. Com isso, algumas pessoas já estão desenvolvendo um plano B, converter o carro clássico em elétrico por elas mesmas. A ideia é simples: trocar o motor do carro clássico por um elétrico.
CONVERTENDO UM CARRO CLÁSSICO EM ELÉTRICO
Grupos de entusiastas no assunto, startups de garagem e pequenas empresas estão nascendo e se especializando na conversão de carros em diversos países, inclusive no Brasil. Os transformadores de carros usam tecnologia e peças de motor já existentes no mercado, isso significa um custo razoavelmente baixo, evitando os altos preços das grandes montadoras. A ideia é manter o estilo clássico do seu carro e torná-lo melhor para o ambiente a um preço acessível.
A tendência da conversão em carros elétricos mostra que os chamados EVs não serão inseridos no mercado somente pelas grandes montadoras de carros. A pioneira Tesla consolidou os carros elétricos, e atualmente outras montadoras como Toyota, GM, Mercedes-Benz e Volkswagen, estão tentando recuperar o tempo perdido desenvolvendo carros também com essa tecnologia. A verdade é que estãos todos investindo no que parece ser o futuro da mobilidade urbana.
VANTAGENS DA CONVERSÃO
Existem algumas razões pelas quais as pessoas estão optando por converter seus carros clássicos em elétricos:
- Eco consciência: essencialmente é uma reciclagem, dando uma segunda vida ao carro e zero emissão de poluentes na atmosfera.
- Economia: se você está sempre dirigindo nas cidades, a conversão vai poupar os custos com combustível. Um carro elétrico pode ser até 50% mais econômico do que um carro clássico.
- Retro elétrico: não seria interessante ver o clássico Fusca da Volkswagen ou um Ford Mustang elétrico? Isso é possível. Você pode ainda encontrar modelos populares, como o Gol, Kombi, Gurgel, entre outros, também convertidos em carros elétricos.
CONVERTENDO O SEU PRÓPRIO CARRO
Este projeto é algo que você não vai querer fazer sozinho. A mágica acontece por um processo aparentemente simples, remover o motor tradicional do carro e substituí-lo por outro, movido a bateria. Mas há muitos detalhes a serem considerados e o tipo de motor elétrico a ser escolhido. O custo da conversão varia de acordo com a tecnologia que você deseja aplicar, há opções de motores elétricos de até 17 mil reais, ou você também pode comprar um carro já convertido.
AUTONOMIA E VELOCIDADE
O kit mais usado para converter um carro convencional em elétrico oferece em média uma velocidade máxima de cerca de 90 km/h e autonomia de até 80 km, antes de precisar ser recarregado. Algumas empresas especializadas estão usando bateria de lítio, mais potente, porém consequentemente mais cara, e que permite o alcance de longas distâncias.
Referência no assunto, a americana Zelectric Motors, com sede na Califórnia, oferece Volkswagens e Porsches antigos convertidos com bateria de lítio, capazes de percorrer 130 km a 160 km com carga completa. No Brasil há vários grupos convertendo carros, especialmente o clássico Fusca, batizado como EcoFusca, com capacidade de 160km/h e autonomia de 200km. Na França, a startup chamada Ian Motion converte o clássico britânico Austin Minis, com alcance próximo a 160 km.
IMPOSTOS E DOCUMENTAÇÃO
Em muitos países os proprietários de veículos elétricos de fábrica pagam impostos rodoviários muito baixos ou nulos. No entanto, para carros convertidos em EV, não há sinalização de nenhum governo assegurando redução nos impostos. No Brasil você pode mudar o documento do carro para um EV junto ao Denatran, passando por uma inspeção de segurança. Atenção, carros elétricos convertidos sem documentação regulamentada pode ocasionar multa e perda de pontos na carteira.
Por Karina Salvador – Editorial Berlim